Mais do que uma definição, muito menos que uma citação, a frase é uma constatação da realidade. Há quem ame demais; há quem se recuse a amar; há quem não saiba o que é amar; há quem não ame; há quem não saiba manter-se no amor.”
Somos felizes porque amamos?
Deveria bastar-nos sentir, deveria ser suficiente para a felicidade de cada um de nós a capacidade de dar. Mas não é.
Amar é viver um sentimento que traz consigo a culpa e a ambiguidade da opção, porque não se quer sofrer ou magoar ninguém.
Amar traz agarrado o medo. O medo da entrega e o medo de receber. O medo de se magoar e o medo de se ter de optar. O medo de viver o que manda um sentimento particular, exclusivo, não conforme às regras. O medo de falhar. O medo de depender. O medo de perder; de encontrar o vazio, o nada, mesmo no meio de tudo.
“Aqueles que falam das alegrias do amor, por certo, nunca amaram. Amar um ser é senti-lo necessário, portanto, sentirmo-nos nós próprios numa incessante precariedade.”
(Jean Rostand)
O amor nem sempre vem da forma que idealizámos. Nem sempre encontramos no seu objecto aquilo que sonhamos, mas também muitas vezes é muito mais do que esperávamos, do que procurámos, do que fizemos. Em todos os casos, por mais difícil que seja suportar ou por mais sublime que o seja viver, amar é caminhar numa corda bamba, bem na beirinha de um desconhecido precipício pessoal...