01/07/2008

Vai uma amêndoa?


Porque me apetece variar de cores, por estes dias encontram-me AQUI






Até já

30/06/2008

Sal de Aveiro

(Foto:Victor Coutinho)


Longe vai o tempo em que a faina do sal dominava Aveiro.

A cidade que já foi o maior centro produtor e exportador português de sal é hoje apenas uma sombra do que era em 1970, quando ainda existiam activas cerca de 270 marinhas produzindo aproximadamente 60.000 toneladas anuais de sal. Hoje encontram-se apenas 39, das quais apenas 15 mantêm a actividade, sendo que algumas são dedicadas à piscicultura. De referir que existem documentos históricos que tornam conhecida a actividade das salinas de Aveiro no longínquo ano de 959, segundo prova o testamento da Condessa Mumadona Dias, que doa toda a região ao mosteiro de Guimarães. "Suis terras in Alauario et Salinas", – esta a primeira referência conhecida.

Decorrido mais de um milénio, os hábitos presentes em que as salgadeiras deram lugar aos frigoríficos e a concorrência com marinhas maiores modernizadas com equipamentos que substituíram a mão de obra humana dos marnotos gerando produção a baixo custo, bem como a importação de sal que chega a ser seis vezes mais barato do que o tradicional, são causas apontadas para a ruína do sal de Aveiro.

Ainda assim, o interesse turístico da Ria e das Salinas vai fazendo com que persista alguma preocupação na preservação paisagística, pelo menos às portas da cidade. Para que a história não se perca foi criado o Ecomuseu da Troncalhada onde se podem observar os ancestrais métodos de salinicultura da região aveirense. Numa localização privilegiada e de fácil acesso, trata-se de uma visita a não perder nesta bela cidade que não pára de crescer.

23/06/2008

O nosso mundo


Um grupo de jovens. Uma noite de sexta-feira. Uma festa de aniversário madrugada fora. Um regresso a casa. Uma mulher bonita. Um piropo. Um homem que não gosta. Um murro. Uma queda. Um passeio. Uma ambulância. Um coma. Um avô que chora, quer trocar de lugar com o neto. Não existem escolhas. Vidas destruídas num momento. O mundo nunca mais será igual.

O funeral do Nuno é amanhã. Tinha 16 anos.

15/06/2008

Criopreservação de células estaminais







Começa a ser comum nos dias de hoje a preservação das células estaminais presentes no cordão umbilical na altura do nascimento. Este método já apelidado de seguro de vida permite, no caso de um aparecimento no futuro de doenças graves, que as células recolhidas e criopreservadas sejam usadas em transplantes para curar doenças em que os tecidos foram perigosamente danificados, sendo a sua utilização possível em mais de 60 doenças graves, de foro hematológico, oncológico e nas doenças genéticas.




Nos casos de transplante de medula óssea, a Criopreservação vem pôr termo a uma exaustiva e desesperada espera de um dador compatível, reduzindo consideravelmente os casos de insucesso na cura da doença, em que 20 a 40% não conseguem encontrar um dador compatível em tempo útil, além de combater também o risco de infecções oportunistas e suprimir os riscos de incompatibilidade imunológica dador/paciente. O transplante das células umbilicais permite ainda uma melhor reconstituição do sistema hematopoiético, comparativamente ao transplante de células de medula óssea.




A recolha das células umbilicais efectua-se de uma forma indolor e não envolve qualquer risco tanto para a mãe como para o bebé, pois este já se encontra desligado do cordão umbilical, o que significa que a técnica é totalmente não invasiva. Em 48 horas as células são criopreservadas e armazenadas por um período mínimo de 20 anos.




Em Portugal existem empresas especializadas nesta técnica e os preços praticados rondam actualmente os €1200,00. Por este valor não valerá a pena considerar os benefícios e fazê-lo?



Mais informação em:

Bebé Vida

Crioestaminal

Bioteca

10/06/2008

Violência doméstica



A violência doméstica tem muitas vertentes, mas o que me traz hoje a este tema é a violência conjugal.

Geralmente quando se aborda este problema desenha-se quase automaticamente na nossa frente o rosto desfigurado de uma mulher, embora todos saibamos que também existem agressões da mulher para com o parceiro estas são muito menos divulgadas, especialmente por vergonha.

Ainda está presente na nossa sociedade que o homem é o mais forte, é a cabeça do casal, é quem tudo pode, tudo quer e tudo manda e talvez por isso a confissão de ser alvo de agressão conjugal seja para o homem a maior de todas as humilhações, impedindo-o assim de exteriorizar a sua dor.

Mas nem só isto nem sempre é verdade como do ponto de vista físico um homem não é só musculo e tal como no sexo feminino existem os de personalidade forte e temperamental e também os mais pacíficos e sentimentalistas que apesar de terem tamanho para vencerem uma luta não o conseguem fazer, tornando-se então eles vitimas.

Mas nem só murros e pontapés resumem a violência doméstica pois esta passa também por violência psicológica, envolve ofensas verbais, intimidações, gestos e atitudes agressivas e violência sócio-económica, que atinge o controle da vida social da vítima ou de seus recursos económicos. Nestes casos torna-se um problema talvez ainda mais profundo por ser menos visível. A agressão física geralmente deixa marcas corporais impossíveis de negar e muitas vezes de ocultar dando azo a que outras pessoas possam intervir e influenciar a vitima para que ganhe força para se libertar do agressor. Já quando a agressão é psicológica só quem vive no seio familiar presencia e geralmente se omite por “ser parte” do problema.

Não é fácil para ninguém libertar-se de um problema destes. Existem instituições criadas para ajudar quem precisa e muitas vezes os familiares e amigos são os primeiros a dar a mão mas importa referir que a força e a coragem de dar o primeiro passo tem que partir de dentro de cada um.



Serviços de apoio para sobreviventes de violência doméstica

Ver links aqui

http://www.amcv.org.pt/amcv_files/violencia/violdomestica_m8.html


09/06/2008

Brandi Carlile - The Story

(Banda sonora de Anatomia de Grey)

Todas essas linhas que contornam a minha face
contam a história de quem eu sou,
tantas histórias sobre por onde eu andei
e como eu cheguei ao que sou hoje.
Mas essas histórias não significam nada
Quando não se tem ninguém a quem as contar.

É verdade... Eu fui feita para ti.

Escalei topos de montanhas
nadei através de todo o oceano azul
atravessei todas as linhas, desrespeitei todas as regras
mas querido, desrespeitei-as todas por ti
Porque mesmo quando eu estava arruinada
tu fizeste-me sentir milionária
Sim, fazes-me isso e eu fui feita pra ti.

Tu vês o sorriso que está na minha boca
está a esconder as palavras que não saem
e todos os meus amigos que me acham abençoada
não sabem que minha cabeça é uma desgraça
Não, eles não sabem quem eu sou de verdade
E eles não sabem o que eu passei mas tu sabes,
Tu sabes que eu fui feita pra ti.

(Tradução)

01/06/2008

Pausa para um cigarro



Percorre a passo ligeiro o chão rotineiro e nem se dá conta que num gesto já mecânico conta outra vez os passos que conhece de cor. Da direita são 170 e da esquerda 310. Escolhe o trajecto consoante a pressa e a urgência, muitas vezes não pela premência do cigarro mas pela necessidade de ficar só, de sentir o ar, de ouvir o vento. O frio do fim da tarde de verão que a recebe arrepia-lhe a pele com um prazer inesperado, coroado com o primeiro trago do sabor a menta quente. Mudar de marca de cigarros foi uma óptima decisão, pensa Angelina enquanto se entretém buscando com os olhos as almas de quem a rodeia. Adora observar os outros e inventar vidas. Enquanto o faz esquece-se da sua e de tudo o que tem na realidade. Os olhos prendem-se na jovenzinha de saia ao xadrez que no cantinho do passeio parece aguardar que alguém chegue. Sente-lhe um coraçãozinho apertado pela ânsia, vê-lhe a expectativa a latejar nas têmporas. Deve esperar o namorado que provavelmente a vai beijar, desta vez com mais paixão, abrindo-lhe as portas do sonho que ainda não teve mas sabe existir. Sim, só pode ser isso. Pequena criança - pensa Angelina - ainda tão imaculada e tão feliz, oxalá tenha sorte. Dá por si a sorrir quando um carro pára e a menina corre para ele. Não consegue ver quem conduz, mas também não interessa. De que adianta a realidade? Dá mais uma passa, o cigarro ainda não vai a meio, gosta de fumar devagar. Passeia os olhos uma vez mais ao redor e deseja ver um príncipe num cavalo branco. Procura-o com o coração mirando um a um os homens que dão pequenos passos sem pressa queimando o tempo de um vício. Escolhe o de fato azul, parece-lhe mais triste que todos os outros que por ali vagueiam. Oferece-lhe uma vida feliz, não é difícil fazê-lo, basta transferir para ele a realidade dos sonhos que tem, na vida que sente perfeita. Perde-se na composição alegre de cada detalhe e assusta-se com o calor nos seus dedos dando conta que se esqueceu do cigarro que acabou por se consumir na brisa da noite que desce. Encolhe os ombros e deposita os restos no cinzeiro mais próximo murmurando um agradecimento pelo tempo que ele lhe deu para mais uma viajem ao país do faz de conta. Antes de entrar, num rasgo de esperança ainda olha para trás na busca do príncipe que há pouco nasceu mas já não o encontra. Adiante, pensa, afastando a desilusão - está na hora de trabalhar.

26/05/2008

Acreditam nisto?



“Acreditam nisto? Parece impossível... É muito grave..”

Assim começa um e-mail que recebi outro dia alertando para o caso de um médico anestesista que violou uma paciente no bloco operatório, em Aveiro.

"A todas as mulheres e maridos/companheiros que zelam por suas esposas/companheiras, que isto sirva como alerta. Estas fotos foram tiradas das imagens de uma câmara escondida numa sala de cirurgia do Hospital Dom Pedro em Aveiro. O médico anestesista alem de ser processado pelo Hospital e pela família, perdeu o CRM. Para cúmulo, neste país, está solto e a responder em liberdade.
A paciente estava com anestesia geral e por isso nada pôde fazer para se defender!”


As imagens que documentam este e-mail levam-nos a ponderar a veracidade da notícia mas segundo o Gabinete de Comunicação do Hospital Infante Dom Pedro, em Aveiro, este é apenas mais um dos boatos cíclicos que circula na Internet. A mesma fonte adianta ainda que a anterior administração apresentou queixa na PJ contra desconhecidos, há cerca de três anos, mas não aconteceu nada e agora o boato voltou a circular e pelo que consta não é o único uma vez que a própria cita um outro com o titulo “O quarto 311” que é no mínimo ridículo:


“Durante alguns meses acreditou-se que o quarto 311, do hospital Dom Pedro em Aveiro, tinha uma maldição. Todas as sextas-feiras de manhã, os enfermeiros descobriam um paciente morto neste quarto da unidade de cuidados intensivos. Claro que os pacientes tinham sido alvo de tratamentos de risco mas, no entanto, já se não encontravam em perigo de morte.
A equipa médica, perplexa, pensou que existisse alguma contaminação bacteriológica no ar do quarto. Alertadas pelos familiares das vítimas, as autoridades conduziram um inquérito. Os utentes do 311 continuaram, no entanto, a morrer a um ritmo semanal e sempre à sexta-feira. Por fim, foi colocada uma câmara no quarto e o mistério resolveu-se: Todas as sextas-feiras de manhã, pelas 6 horas, a mulher da limpeza desligava o ventilador do doente para ligar o aspirador!!!”



(neste caso dá vontade de perguntar se a aspiração do quarto só é efectuada às sextas-feiras…)



Agora o que eu gostava mesmo de saber é o que leva as pessoas a colocarem este tipo de boatos a circular para denegrir a imagem de um hospital que luta (como todos os outros) para melhorar e dignificar os serviços prestados aos utentes. Eu já lá estive, sei que existem falhas, existem sim elementos a trabalhar ali que talvez não tenham sido talhados para lidarem com o sofrimento alheio mas também existem profissionais de uma humanidade e capacidade excepcional, existe quem se preocupa, existe quem dá tudo de si em prol dos outros. Esta pirataria ajuda quem? Os doentes? Os funcionários? Gostava, juro que gostava de conseguir compreender as pessoas…

Este é mesmo um mundo-cão!

19/05/2008

Toca-me



Toca-me! Deixa que as tuas mãos macias percorram os recantos da minha pele beijando a textura de seda nascida por ti e para ti. Que importa que não existam promessas? Os teus olhos que me queimam fazem de cada momento a eternidade, no sussurrar de um instante de amor infinito. Beija-me agora, deixa-me beber-te da nascente do prazer onde ser-te é tudo o que tenho de mim. Faz-me tua agora, despida de realidade, no abandono da razão...
Anda, toca-me,depressa! Tenho urgência de morrer em ti!


(em memória de Ariana)

06/05/2008

O teu Maio



“Escreve mulher ! É uma ordem! E dá a conhecer as tuas letras ao Homem que lê!”





Passou da hora minha Deusa. Não sabes tu que as palavras têm tempo e vida própria? Oh, se tudo fosse da forma que um dia sonhei!... A cada meia-noite eu pegaria nas letras como se de um filho se tratassem e por magia transformá-las-ia num só verbo, naquele verbo sereno da verdade absoluta que não se traduz.

Hoje, se o tempo não fosse subjectivo, as palavras surgiriam sem pontos de interrogação, não importaria o sentido nem que alguém o encontrasse para além de mim. Mas no meu relógio de vento já não habitam as palavras, já não mato na escrita breves instantes que não o são, os mil fragmentos coloridos de cristal, as pedras de sal, a meiguice do ser, do sentir, do viver, hoje vão além de um sopro de sonhos sepultados, esquecida que foi a ousadia de seguir a vida em contramão, ultrapassada que foi a necessidade de lutar contra moinhos de vento.


Como eu queria minha Deusa ainda assim conseguir falar de quimeras através da magia de um teclado que tantas e tantas vezes voou debaixo dos meus dedos sem que dele desse conta no devaneio de tantos sabores sentidos, repletos de odores e sabores exóticos e amordaçados. Sim, faz-me falta o bailado dos dedos e foi pela saudade dele e por ti, por nós as duas e por aquela dança louca que um dia nos prometemos que aqui voltei esta noite, às palavras, ainda que sem magia, numa talvez vã tentativa de matar uma vez mais sentires contraditórios inspirados numa madrugada morna de Maio. Do teu Maio, deste mesmo onde vieste buscar-me!...

29/04/2008

Vida! (?)



Caminho depressa… canto.
Projecto uma escada!
Corro … Quero!
Subo um degrau,
Tropeço. Apago… Páro!
Respiro,
Sorrio ; Recomeço !
(here i go again)

Desenho de novo e desço.
Digo sim!…
Empurro!
Desisto! Resisto
Hesito
Disparo. Não!
Avanço
Recuo (of this time I resign)
Volto
Fico
Vou (One day …)

Vou chegar!

Quando puder...

12/04/2008

Feira de Março



Corria o ano de 1434 quando D. Duarte, o Eloquente, a pedido de seu irmão e senhor de Aveiro, D. Pedro concedeu à vila de Aveiro o privilégio de realizar uma feira franca anual.






No dia 5 e 6 de Maio de 1434 realizou-se então no largo do Rossio a primeira edição desta feira onde houve de tudo o que era comum nesse tempo, fizeram-se trocas comerciais (livres de impostos) e a animação incluiu Malabaristas e jograis, artesãos, as ciganas videntes, as alcoviteiras que nas tabernas se dedicaram aos contratos de casamento e os célebres torneios entre guerreiros. Na ementa riquíssima constaram as mais deliciosas receitas tradicionais, tais como os chouriços e carne salgada, as petingas fritas, enguias de escabeche e mexilhão com molho além de sopa rija servida na hora, bem como javali assado e os ovos-moles para que nem a doçura faltasse.

Esta experiência foi-se repetindo ao longo dos tempos e a partir de 1497, no reinado de D. Manuel, a feira passou a ser realizada no mês de Março sendo designada por Feira de Março. Em 1887 a feira passou a decorrer entre Março e Abril, estando aberta durante um mês



Hoje em dia é um certame que já criou raízes na região e que retrata a sua riqueza económica numa união feliz com uma componente de animação e de divertimentos mecânicos cheios de magia encantando e atraindo miúdos e graúdos. É uma feira profundamente marcada pela presença de barracas de madeira, com as já tradicionais bancas de alfaias agrícolas e utensílios para o lar, ao lado de artesanato africano, mantas de trapos, louças, bijutarias ou queijos e presuntos da serra. Dentro dos pavilhões, os expositores espelham a força económica de toda a região onde as mais variadas empresas fazem-se representar expondo produtos ou fornecendo informações sobre a sua actividade. Os simbolismos gastronómicos desta feira são hoje as Farturas, o pão com chouriço acabado de sair e o Caldo-verde. Ao longo de mais de um mês de duração realizam-se inúmeros espectáculos e concertos de nomes sonantes da música e cultura de Portugal.


Esta feira anual que hoje se realiza no Parque de Feiras, AveiroExpo, em Vilar, conta então com a belíssima idade de 574 anos e estará aberta aos visitantes até ao próximo dia 27 de Abril.

31/03/2008

Desafio

A Ni lançou-me um desafio (assim um bocadinho complicado) para enumerar 6 aspectos meus (particulares, peculiares ou característicos)


(Vamos ver o que sai daqui… )



1º - Sou apaixonada por fotografia. É o meu trabalho, o meu hobby e um dos meus maiores vícios. A propósito disso, acabei de criar uma galeria pública que divulgo aqui em primeiríssima mão: (Espero que alguém se lembre de ir espreitar AQUI ) alguns albuns ainda não estão legendados


2º- Adoro ler, perdi a conta aos livros que li só no último ano. No centro comercial onde trabalho sou conhecida pela menina dos livros, pois faço-me sempre acompanhar por um ás refeições.


3º A minha maior vaidade são as unhas. Deixei de as roer aí há uns 4 ou 5 anos e agora cuido delas como se fossem diamantes. Sou a minha própria manicura e pareço aquelas “donas” das telenovelas que aproveitam cada bocadinho no sofá para as limar e mimar. Muitas vezes pinto-as enquanto teclo no msn, lol. Quando partem é uma tristezaaaaa…

(Xi!...Ainda faltam 3?)


4º Hoje em dia não sou dada a grandes festas ou aglomerações de pessoas. Já dei tanto por uma farra como dou hoje pelo meu sossego. Passo muito tempo sozinha e não prescindo disso, fico fora de mim se não arranjo uns momentos para estar só. Creio que a leitura nas refeições do Centro Comercial foi o estratagema que arranjei para o conseguir. Enquanto leio não vejo nada nem ninguém. Preciso disso.



5º Um dos meus maiores defeitos sempre foi a franqueza. Não seguro na boca o que me vem á cabeça e acabo muitas vezes por ferir pessoas de quem gosto muito. Depois dou conta de mim com recriminações. A única coisa que ainda vai salvando este meu mau feitio é a capacidade e humildade para pedir desculpa sem hesitar.



6º O riso e as lágrimas são a minha terapia de vida. Preciso de ambos para me equilibrar e ser feliz. Faço questão de viver e não de passar pela vida.



(Ni, espero que baste, sei que deveria passar o desafio mas prefiro não o fazer, tá? )

Beijos para ti e para todos

27/03/2008

Divorcias-te comigo?



Não sou dada a politiquices, a falar ou escrever aqui as minhas opiniões sobre os assuntos debatidos em Assembleia da Republica, não tenho por hábito demonstrar publicamente o meu parecer ou as minhas simpatias e antipatias partidárias, mas não posso deixar de comentar aqui algo que realmente me interessou hoje nas noticias:

O Projecto socialista que vai a debate na AR a 16 de Abril sobre as alterações nos processos de divórcio litigioso. Basicamente em que consiste esta proposta? Segundo o DN Online as alterações propostas são as seguintes:

“De acordo com a actual lei, quando apenas um dos membros de um casal quer o divórcio, tem de obter uma condenação do outro em tribunal, imputando-lhe violação dos deveres conjugais. Entenda-se o dever de respeito (um cônjuge não pode usar de palavras ou actos que atinjam a honra, reputação, consideração social ou o amor próprio do outro) ou a fidelidade. Mas também a coabitação, cooperação (obrigação de socorro e auxílio) e assistência (dever de custear os encargos familiares). São também motivo para divórcio litigioso a separação de facto por três anos consecutivos - prazo após o qual a parte que pretende o divórcio pode recorrer aos tribunais. Bem como a ausência por dois anos de um dos cônjuges, sem que dele haja notícia

Na prática, o projecto de lei que o PS está agora a finalizar vem facilitar a separação litigiosa, não fazendo depender a dissolução de um casamento da atribuição - e prova - de culpa a um dos cônjuges. Ao mesmo tempo, diminui o período de separação de facto mediante o qual se pode pedir a separação legal (em quanto, ainda não foi revelado).”



Ora bem. Vim procurar saber mais sobre esta notícia porquê? Porque se levantam já sobre ela muitas vozes, algumas de revolta e contestação severa: Que agora é que vão ser elas, que não dignificam nem valorizam a instituição do casamento, esquecem o dever constitucional de defender a família, os pobres dos filhos é que vão sofrer, etc, etc, etc.

Agora pergunto: Será que é uma lei que vai realmente promover o fim dos casamentos?

(Isto faz-me lembrar outras questões, como a do aborto entre outras. Será que só porque é permitido eu vou abortar?)


Estive a fazer as contas – O meu casamento tem 206 meses, 866 semanas, 6067 dias, 145573 horas, 8734497 minutos…Não é um casamento perfeito e já passou por crises como todos os outros e todas se foram superando a dois em nome de algo muito além das leis deste país. Nunca foi por ser difícil ou demorado que o divórcio foi desconsiderado. Foi por opção, por escolha emocional, não legal.

Vou divorciar-me agora por legalmente ser mais fácil fazê-lo?

E só mais umas perguntinhas:

Quantos são os casais que mantém uma união de facto e que lutam por ela todos os dias?

Porque não se separam?

Será por legalmente ser difícil fazê-lo?

Por mim, que venha a lei. Chega de complicações burocráticas neste país! Cada cabeça seu guia.

19/03/2008

Aiiiiiiiiii....

Alguém

sabe

como

se

acaba

com

esta

preguiçaaa....?

04/03/2008

Após o tornado

(Os animais...que nos ensinam tanto!!!)
A história começa quando os voluntários encontraram este pobre cão,a quem deram o nome de Ralphie
Ralphie, assustado e esfomeado, juntou-se aos seus salvadores
Pensavam que nada sobreviveria após isto... mas estavam enganados

Esta pequena "senhorita" também sobreviveu à desgraça

Aqui está ela já acomodada no carro - assustada mas segura.
e eles... eles já não estão sozinhos.
ficam amigos instantaneamente, confortam-se um ao outro no carro

após adicionar aos dois cães mais dois beagles encontrados,
vem também este gato !
E agora então , um novo viajante para juntar ao grupo...
(nota: o gato entra directamente para o banco traseiro, como que necessitando aconchego...)
e agora, como é que isto vai funcionar???
Cães e o gato juntos???
(e lembrem-se : eles são todos estranhos uns aos outros)
Uau! As coisas que nós aprendemos com estes nossos amigos...
Se a humanidade pudesse aprender lições tão valiosas como esta.
Lições de amizade instantânea - de paz e solidariedade.
De harmonia pela via do respeito mútuo, sem olhar a cor, raça ou religião!
Estes bichinhos dizem-nos:
"o que interessa é que estamos vivos e não estamos sós".
Sim, é com certeza isso!






"Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais, e, neste dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a humanidade"

Leonardo da Vinci (1452-1519)

27/02/2008

Amantes...






“Amantes, são os que amam.”


Mais do que uma definição, muito menos que uma citação, a frase é uma constatação da realidade. Há quem ame demais; há quem se recuse a amar; há quem não saiba o que é amar; há quem não ame; há quem não saiba manter-se no amor.”

Somos felizes porque amamos?


Deveria bastar-nos sentir, deveria ser suficiente para a felicidade de cada um de nós a capacidade de dar. Mas não é.

Amar é viver um sentimento que traz consigo a culpa e a ambiguidade da opção, porque não se quer sofrer ou magoar ninguém.

Amar traz agarrado o medo. O medo da entrega e o medo de receber. O medo de se magoar e o medo de se ter de optar. O medo de viver o que manda um sentimento particular, exclusivo, não conforme às regras. O medo de falhar. O medo de depender. O medo de perder; de encontrar o vazio, o nada, mesmo no meio de tudo.

“Aqueles que falam das alegrias do amor, por certo, nunca amaram. Amar um ser é senti-lo necessário, portanto, sentirmo-nos nós próprios numa incessante precariedade.”
(Jean Rostand)

O amor nem sempre vem da forma que idealizámos. Nem sempre encontramos no seu objecto aquilo que sonhamos, mas também muitas vezes é muito mais do que esperávamos, do que procurámos, do que fizemos. Em todos os casos, por mais difícil que seja suportar ou por mais sublime que o seja viver, amar é caminhar numa corda bamba, bem na beirinha de um desconhecido precipício pessoal...



21/02/2008

Fractais


Lindo, não é? Mas sabias que se chamam Fractais?

E o que são fractais?

São apenas e só formas geométricas que se caracterizam por repetir um determinado padrão com ligeiras e constantes variações.
Os fractais podem ser identificados na natureza, na forma dos brócolos, em árvores, mariscos, e em qualquer estrutura cujas ramificações sejam variações de uma mesma forma básica.


Em consequência da auto-similaridade, quando vistas através de uma lente de aumento, as diferentes partes de um fractal mostram-se similares à forma como um todo.


A ciência dos fractais apresenta estruturas geométricas de grande complexidade e beleza infinita, ligadas às formas da natureza, ao desenvolvimento da vida e à própria compreensão do universo.

Cada universo fractal, gerado a partir de uma única equação matemática, reproduz-se com a semelhança do todo.


E, sem explicação conhecida, iniciam-se diferenciações, criando-se novas formas.


Vivemos num mundo em que a ciência revela novos mistérios a cada dia, e para cada descoberta descortinam-se novos e inesperados horizontes, gerando mais e mais interrogações.


Os fractais deram origem a um novo ramo da matemática, muitas vezes designado como a geometria da natureza. Esse novo tipo de geometria aplica-se na astronomia, na meteorologia, na economia e no cinema.


As formas estranhas e caóticas dos fractais descrevem fenômenos naturais como os sismos, o desenvolvimento das árvores, a forma de algumas raízes, a linha da costa marítima, as nuvens ...


A beleza das imagens... a complexidade da matemática... o caos...


São imagens abstratas que possuem o caráter de onipresença, por terem as características do todo infinitamente multiplicadas dentro de cada parte.

Ou seja: cada partícula possui dentro de si a totalidade, o Universo.

(Gosto de saber estas coisas)

14/02/2008

Carta ao meu amori

(Amori, não podia deixar passar o dia de hoje sem fazer uma homenagem digna do teu H grande)





Alembraste quando nos conhecemos?

O bailarico estava ao rubro, António cantaba cheio de bida mas tu já não oubias ninguém.Olhaste para mim como cão no cainço, filaste-me pela cintura e pimba! Tomaste-me de assalto e o corpo é que paga!

A partir daí a loucura foi total

Eu dizia-te: Deslarga-me home, olha as pessoas! Mas tu nada.
Insisti: Tá quetinho ou lebas no focinho. E tu chegabaste mais pra cá, destrambelhado, mais parecia que querias agarrar o mundo nas mãos e nada podias deixar p`rá manhã…

No meio das boltas dei conta que o António ainda cantaba e quem já não sabia se habia amanhã era eu. Arre que aquilo mais parecia o tiro liro do Leal! Nunca me poderei esquecer do cheiro do teu chiclete de banana amisturado com o patchouly que te subia dos sobacos e que me arrebataba nas boltas dos teus passos que estabam para durar. Foi aí que comecei a render-me à tua machidade tão viril.

Quando me beijaste na boca abrolhaste todo o resto do meu galão. Inundada de anelo nos meus recantos mais secretos, lebantei a perninha e mirando os teus olhos exclamei: Ah, meu tarzan!...

Oh pá, desde essa noite que gosto de ti!

Já te disse?

É que gosto muito mesmo!

Feliz dia dos namorados

09/02/2008

Para aliviar o ambiente...




(Se retirar os brasileirismos perde a graça)

Isto não é anedota, aconteceu mesmo na Rádio Cidade.

- Olha aí caros ouvintes vem aí o passatempo Cidade, valendo hoje uma colectânea da Shakira. E já temos um ouvinte em linha. Tou? Fala aí cara!
- Boas tardes.
- E quem tá falando?
- É o Zé.
- Zé... e você tá falando de onde?
- Da Vidigueira.
- Olha aí, Zé da Vidigueira, presta atenção cara. Valendo dez CD´s: - qual o País com duas sílabas em que uma delas se come? Ouviu bem Zé? Qual o País com duas sílabas que uma delas é muito bom para se comer?
- Huuummm....pois....ahhh...CU-BA!!
O locutor fica em silêncio durante dez segundos.
- Olha aí Sr. Zé, vai levar o prémio pela criatividade da resposta, mas aqui na minha ficha estava escrito Ja-pão!


(xiiiiii...tanta malicia!!!)

31/01/2008

Mutilação genital feminina




O holocausto silencioso das mulheres a quem continuam a extrair o clítoris.


Este é sem duvida um dos temas tabu das sociedades ocidentais: todos sabem que existe, mas ninguém levanta muito a voz que o problema não é nosso e é bem mais fácil fingir que não existe. Esse é aliás um dos maiores males da humanidade, sabemos que existe mas preferimos ignorar os detalhes na base do respeito pelos usos, costumes ou tradições, ou porque pura e simplesmente aplicamos a máxima”longe da vista, longe do coração”

Pois por estes dias deu-me assim uma espécie de necessidade de saber mais sobre um costume bárbaro para uns, legítimos e indiscutíveis para outros.

Em que consiste afinal esta mutilação?

Dependendo da região, a mutilação varia de intensidade. No tipo de mutilação mais brando, a ponta do clítoris é cortada. Em alguns rituais, ele é integralmente extirpado (clitoridectomia). Na versão mais radical, é feita uma infibulação: são retirados o clítoris e os lábios vaginais e, em seguida, o que sobrou de um lado da vulva é costurado ao outro lado, deixando-se apenas um minúsculo orifício pelo qual a mulher urina e menstrua. Neste caso, a mulher "costurada" só é "aberta" para o marido.


Associada à castidade e à crença de que diminui o desejo sexual e reduz o risco de infidelidade, a mutilação é realizada sem nenhum tipo de anestesia, com instrumentos não-esterilizados como facas, navalhas, tesouras, giletes, tampas de latas ou mesmo cacos de vidro. Na infibulação usam-se espinhos para juntar os lábios vaginais maiores e as pernas podem permanecer amarradas por até 40 dias. O praticante pode ser um médico, uma parteira, um barbeiro ou uma curandeira. A menina é imobilizada com as pernas abertas e utiliza-se apenas água fria para intumescer esta parte do corpo.

As consequências

Como é óbvio, a mutilação genital feminina traz graves problemas à saúde. Os possíveis efeitos imediatos são muita dor, hemorragias e ferimentos na região do clítoris e dos lábios. Depois há o risco de contrair tétano, gangrenas, infecções urinárias crónicas, abcessos, pedras na bexiga e na uretra, obstrução do fluxo menstrual e cicatrizes proeminentes. A primeira relação sexual só é possível depois da dilatação gradual e dolorosa da abertura que resta.

Aquelas que foram infibuladas sofrem mais do que as restantes. A menstruação é incrivelmente dolorosa. No parto, podem acontecer complicações sérias para o bebé e para a mãe. Nessas ocasiões, elas precisam fazer a reabertura da vagina [abre-se cortando com uma navalha] e qualquer demora acarreta uma pressão às vezes fatal no crânio e na coluna da criança. Quando a mãe não faz a abertura da vagina, a saída do bebé do útero pode provocar cortes que vão da vagina ao ânus.




Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), estimam que cerca de 130 milhões de mulheres e crianças tenham sido já submetidas à prática da MGF e cerca de 2 milhões se encontrem em risco de serem circuncisadas.

E em Portugal?

No que se refere a esta prática tradicional e ainda de acordo com a OMS, Portugal é considerado um país de risco já que as comunidades migrantes aqui residentes e oriundas de países onde a MGF existe, poderão continuar esta prática e, para além disso, muitas mulheres já sofreram mutilação nos seus países de origem, necessitando de cuidados de saúde específicos, físicos e psicológicos.

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23/01/2008

Três fadas







São 3 fadas encantadas marejadas de luz e desencanto.

Conheceram-se numa noite de sol, daquele dia de chuva, num ano qualquer de tempos que foram e volta e não volta regressam sabe-se lá porquê!...

São diferentes: Uma é azul, outra verde e a terceira lilás. Todas vestem um pouco de negro e de vermelho que arrancam da vida. Nos dias em que o sol nasce quadrado esgadanham-se um pouco, quais gatas escaldadas pelas loucuras alheias e mundanas, mas nada as afasta.Juntas lambem as feridas, como mães gatas dedicadas que são umas das outras. Uns dias são mães, outros são filhas, vá-se lá saber porquê.

São loucas!


Dão as mãos e riem com gosto. Falam alto, assustam a vizinhança que assiste a jogos de futebol, lutas de boxe ou novelas mexicanas na Tv.Riem até ás lágrimas. E falam da vida e da morte, de sexo e rebuçados de mentol, de príncipes desencantados e de sapos cheios de encanto…Por vezes, uma delas tropeça e cai num poço negro, quase sem fundo. Cai sempre sozinha. Estatela-se. Parte-se em mil pedaços. Ninguém a protege, não lhe amparam as quedas. As outras observam e sabem que ela precisa morrer para nascer de novo.


Esperam o sinal e arregaçam mangas. Trabalham dia e noite a tricotar um só par de meias que protejam do frio os pés descalços e magoados pelo sal. Colam-lhe as asas. Secam-lhe as gotas de fel transbordado e puxam-lhe o lustro. Fica nova em folha, tal botão de flor em manhã de Primavera cujas gotas outrora de sangue hoje transparecem a nitidez da luz.
Dão-se!
Adoram-se!
São irmãs!


Estão juntas.

(E que sempre assim seja!)


Viva o nosso reino encantado!

(lembram-se? Foi escrito numa daquelas quedas...Beijinhos)

11/01/2008

Festa de S. Gonçalinho - Aveiro




S. Gonçalo de Amarante, um Santo português da ordem de S. Domingos era casamenteiro, folgazão e popular; talvez o mais popular, depois de Santo António e S. João.

Trazido para Aveiro pelas gentes do Norte, foi acolhido e acarinhado pelos habitantes da beira-mar que lhe devotam grande afeição (por isso é que lhe chamam “S. Gonçalinho”) e a ele dedicam uma das maiores e mais concorridas festas da cidade, conhecida também pela festa das Cavacas. O domingo mais próximo de 10 de Janeiro, dia de São Gonçalo de Amarante, é o ponto alto da festa durante a qual são lançadas cerca de dez toneladas de cavacas da cúpula da capela construída em princípios do século XVIII (ano de 1714) e classificada pelo IPPAR em 2003 como Imóvel de Interesse Público

Esta tradição de atirar os bolos secos a partir do corredor lateral que circunda a cúpula da capela em direcção à multidão que em baixo e à volta desta utiliza os mais variados utensílios para apanhar os referidos doces, que depois comem ou levam para as suas casas relaciona-se com o “pagamento” ou cumprimento das promessas por parte dos fiéis e romeiros do Santo a quem é atribuído o poder de curar doenças ósseas e também a resolução de problemas conjugais.


Outro ritual desta festa, realizado no interior da capela relaciona-se com a “entrega do ramo” aos mordomos encarregues da romaria do ano seguinte. Trata-se de um ramo de flores artificiais conservado há muitos anos, tendo por isso um alto valor simbólico.

A festa de S. Gonçalinho inclui ainda a “Dança dos Mancos”, um ritual controverso pois não é da aprovação geral e que é realizado também dentro da pequena capela.
Basicamente, a dança é ritmada sempre pelo mesmo tema, monocórdica, com figuras como se fossem deficientes motores e mentais, protagonizada por homens que se transfiguram durante a cena enquanto entoam eles próprios cantares populares.


Curiosidade: A origem das Cavacas




Diz-se que foram as gentes de Amarante que para fugirem da pobreza resolveram sair da sua terra e experimentar a sorte noutras paragens. Assim vieram rio abaixo (Tâmega, Douro, Arda, Caima e Vouga) até Aveiro e fixaram-se junto à Ria que sendo rica em aves marinhas tornava a região farta em ovos. Com as gemas e o açúcar, fizeram um doce a que chamaram “Ovos-moles”. (Quem não conhece o bom sabor dos Ovos Moles de Aveiro?) mas deitavam fora as claras. Com pena de as desperdiçarem, trataram de aproveitá-las misturando farinha e açúcar e criaram assim uns bolos a que chamaram “Cavacas”



A festa de S. Gonçalinho realiza-se em Aveiro este fim-de-semana.

08/01/2008

Fantástico!


Do filme Hino ao amor


Mais palavras para quê?

02/01/2008

O cirurgião clandestino

Por motivos diferentes, muitos dos grandes homens da história da humanidade passam pela vida sem qualquer reconhecimento.





Alguém já ouviu falar de Hamilton Naki?


Hamilton Naki, um sul-africano negro de 78 anos, morreu no final de Maio de 2005. A notícia passou despercebida, mas a história dele é uma das mais extraordinárias do século 20.

Naki era um grande cirurgião. Foi ele quem retirou do corpo da doadora o coração transplantado para o peito de Louis Washkanky em Dezembro de 1967, na cidade do Cabo, na África do Sul, na primeira operação de transplante cardíaco humano bem-sucedida.

É um trabalho delicadíssimo. O coração doado tem de ser retirado e preservado com o máximo cuidado.

Naki era talvez o segundo homem mais importante na equipe que fez o primeiro transplante cardíaco da história mas não podia aparecer porque era um negro no país do apartheid. O cirurgião – chefe do grupo, o branco Christiaan Barnard, tornou-se uma celebridade instantânea mas Hamilton Naki não podia nem sair nas fotografias da equipa. Quando apareceu numa, por descuido, o hospital informou que era um auxiliar de limpeza. Naki usava jaleco e máscara, mas jamais estudara medicina ou cirurgia. Tinha largado a escola aos 14 anos e era jardineiro na Escola de Medicina da Cidade do Cabo mas como aprendia depressa e era curioso rapidamente se tornou-se no faz-tudo na clínica cirúrgica da escola onde os médicos brancos treinavam as técnicas de transplante em cães e porcos. Ele começou por limpar os chiqueiros e aprendeu cirurgia ao assistir ás experiências com os animais. Tornou-se um cirurgião excepcional, a tal ponto que Barnard o requisitou para sua equipa.

Era uma quebra das leis sul-africanas.

Naki sendo negro não podia operar pacientes nem tocar no sangue de brancos. Mas o hospital abriu uma excepção para ele que se tornou um grande cirurgião, embora sempre clandestino. Era o melhor, dava aulas aos estudantes brancos mas ganhava o ordenado de um técnico de laboratório que era o máximo que o hospital podia pagar a um negro. Vivia numa barraca sem luz eléctrica nem água corrente, num gueto da periferia.

Hamilton Naki ensinou cirurgia durante 40 anos e reformou-se com uma pensão de jardineiro, de 275 dólares por mês. Depois que o apartheid acabou, ganhou uma condecoração e um diploma de médico honoris causa.




Nunca reclamou das injustiças que sofreu a vida toda.

 
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