30/06/2008

Sal de Aveiro

(Foto:Victor Coutinho)


Longe vai o tempo em que a faina do sal dominava Aveiro.

A cidade que já foi o maior centro produtor e exportador português de sal é hoje apenas uma sombra do que era em 1970, quando ainda existiam activas cerca de 270 marinhas produzindo aproximadamente 60.000 toneladas anuais de sal. Hoje encontram-se apenas 39, das quais apenas 15 mantêm a actividade, sendo que algumas são dedicadas à piscicultura. De referir que existem documentos históricos que tornam conhecida a actividade das salinas de Aveiro no longínquo ano de 959, segundo prova o testamento da Condessa Mumadona Dias, que doa toda a região ao mosteiro de Guimarães. "Suis terras in Alauario et Salinas", – esta a primeira referência conhecida.

Decorrido mais de um milénio, os hábitos presentes em que as salgadeiras deram lugar aos frigoríficos e a concorrência com marinhas maiores modernizadas com equipamentos que substituíram a mão de obra humana dos marnotos gerando produção a baixo custo, bem como a importação de sal que chega a ser seis vezes mais barato do que o tradicional, são causas apontadas para a ruína do sal de Aveiro.

Ainda assim, o interesse turístico da Ria e das Salinas vai fazendo com que persista alguma preocupação na preservação paisagística, pelo menos às portas da cidade. Para que a história não se perca foi criado o Ecomuseu da Troncalhada onde se podem observar os ancestrais métodos de salinicultura da região aveirense. Numa localização privilegiada e de fácil acesso, trata-se de uma visita a não perder nesta bela cidade que não pára de crescer.

5 Papeis:

Ni disse...

A imagem das férias de quando era mais novinha. Vários anos seguidos, no Verão, fui a caminho da Barra de Aveiro, e na viagem imensas imagens das salinas e o delírio de ver aqueles montinhos brancos. Obviamente, a vontade de meter lá a língua como uma verdadeira criança! (sempre adorei sal, agora já não lool)

Imagens que recordo e guardo sempre no coração!

Beijinho gande**

Eme disse...

Aveiro é um romance vivo humano e natural ainda à espera de ser escrito!
A Ria que me deste a conhecer é para mim mística porque a "olhei" encaixada de modo estranho na cidade tão viva e em expansão. É um universo próprio, pequeno que parece acordar devagar. O encanto vem quando nos damos conta que essas águas,do rio, do mar, da ria são ricas em alimento, e a Ria parece que abre os braços a quem para ela se debruça buscando nela o ganha pão para além de lhe contemplar a beleza.

as velas ardem ate ao fim disse...

Gosto muito de Aveiro!é a terra do meu pai.

bjo e boa semana

joão marinheiro disse...

Fazes bem falar das tradições da tua cidade que visito com regularidade, movido pelos barcos moliceiros e não só.
Abraço daqui junto do mar que tambem é salgado.

Anónimo disse...

Aveiro é a terra que me acolheu desde os cinco anos, quando cheguei da guerra.Desde pequenina me encantei com ela e ainda hoje a acha uma das cidades mais lindas deste nosso tão belo Portugal.Pretendo falar dela muitas vezes na expectativa de vos criar agua na boca para que venham ver(me)

Beijinhos a todos

 
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