A cidade que já foi o maior centro produtor e exportador português de sal é hoje apenas uma sombra do que era em 1970, quando ainda existiam activas cerca de 270 marinhas produzindo aproximadamente 60.000 toneladas anuais de sal. Hoje encontram-se apenas 39, das quais apenas 15 mantêm a actividade, sendo que algumas são dedicadas à piscicultura. De referir que existem documentos históricos que tornam conhecida a actividade das salinas de Aveiro no longínquo ano de 959, segundo prova o testamento da Condessa Mumadona Dias, que doa toda a região ao mosteiro de Guimarães. "Suis terras in Alauario et Salinas", – esta a primeira referência conhecida.
Decorrido mais de um milénio, os hábitos presentes em que as salgadeiras deram lugar aos frigoríficos e a concorrência com marinhas maiores modernizadas com equipamentos que substituíram a mão de obra humana dos marnotos gerando produção a baixo custo, bem como a importação de sal que chega a ser seis vezes mais barato do que o tradicional, são causas apontadas para a ruína do sal de Aveiro.
Ainda assim, o interesse turístico da Ria e das Salinas vai fazendo com que persista alguma preocupação na preservação paisagística, pelo menos às portas da cidade. Para que a história não se perca foi criado o Ecomuseu da Troncalhada onde se podem observar os ancestrais métodos de salinicultura da região aveirense. Numa localização privilegiada e de fácil acesso, trata-se de uma visita a não perder nesta bela cidade que não pára de crescer.